segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Seria errado cantar certos tipos de “louvor” na Igreja?

musicaxigrejaAo ler os comentários postados no artigo que Leandro e eu assinamos – “Haverá Gritos com Tambores… Bateria? ”, senti várias faltas de esclarecimentos. Aqui, vou tratar de iniciar apenas um, mas que julgo ser uma das principais chaves, capaz de destrinchar muitos pontos necessários, nestes meandros da atual realidade musical contemporânea para a qual estamos entrando. Falo do discernimento entre o que é adoração e louvor. Isto, aplicando-se à realidade de um culto com propósitos, e não de um culto onde a metodologia “tapa buracos” o faz acontecer por acontecer.

Temos a tendência de associar os verbos “louvar” e “cantar’. Entretanto devemos ter em mente que estas duas palavras não são sinônimas, ou seja, “louvar” pode ser diferente de “cantar”. E aqui vem o ponto: isto também ocorre entre os verbos “louvar” e “adorar”. Apesar de os associarmos, “louvar” pode ser diferente de “adorar”. E diante disso, precisamos responder às seguintes perguntas: “Que diferença a Bíblia faz entre louvor e adoração? Louvor e adoração não é a mesma coisa? Se não posso cantar determinada música na igreja, então aquela música é pecaminosa? Existe alguma música de louvor a Deus que não seja apropriada para a casa de Deus?”.

Na Língua Portuguesa

O Que é Louvor

A palavra “louvor” significa “ato de louvar, aplauso, elogio, encômio. Apologia de uma obra meritória”. Tem como antônimo “censura e crítica”. Sendo assim o louvor pode ser dirigido a pessoas, instituições, ideologias, objetos, lugares, animais, e outras coisas, através de elogios, aplausos, cânticos, falas poéticas, apologéticas, informais, etc. Por exemplo, quando cantamos o Hino Nacional Brasileiro, estamos louvando o Brasil.

Portanto louvar significa “admirar, falar bem, elogiar, engrandecer. Diariamente, estamos louvando muitas coisas ao nosso redor. Quando louvamos a Deus, estamos admirando os atributos do Seu caráter: fidelidade, bondade, amor, longanimidade, retidão, justiça, misericórdia, etc. Usamos as expressões dos nossos anseios para fazer isto. Qualquer um pode fazer isto. A natureza, por exemplo, também pode louvar a Deus (Sl 19:1). Louvor é algo que qualquer um pode dar a qualquer coisa ou pessoa (Sl 9:11;33:2;67:3;42:12).

O Que é Adoração

O vocábulo “adoração” deriva da palavra em latim adorare, que etimologicamente vem a ser “falar com”. O dicionário define seu significado como “ato de adorar; culto a Deus; amor profundo”. É render culto a Deus, coisas ou pessoas considerados como sendo santos. É prostrar-se diante de algo em “sinal de reconhecimento, rezar, idolatrar, amar apaixonadamente”.

O Sentido Destas Palavras na Bíblia

Adoração

Há duas palavras no Antigo Testamento significando “adoração”: a) Uma delas, em certos lugares, tem o sentido de fazer ‘reverência’, ‘inclinar-se’ (Dn 2:46; 3:5); b) A outra, usa-se a respeito do culto prestado ao Senhor e a outros deuses ou objetos de reverência religiosa (Gn 24:26, 48; Ex 34:14; Dt 4:19). A palavra traduzida mais freqüentemente para adorar é o vocábulo hebreu shachah, que aparece mais de 170 vezes na Bíblia hebréia com o significado de “adorar, prostrar-se, inclinar-se” (Ex 34:8; Sl. 66:4; 95:6; Zc 14:16). A outra palavra é abhôdhâ, que significa servir com temor reverente, admiração e respeito.

No Novo Testamento, a palavra principal para adoração deriva da palavra grega proskyneo. “Pros” significando “até” e “kuneõ” “beijar”; beijar a mão de alguém, como sinal de consideração, fazendo-se uma inclinação respeitosa. Proskyneo é usada quase 60 vezes com o sentido de fazer reverência, prestar obediência, adorar a Deus, reverenciar a Jesus Cristo, idolatrar (Mt 4;10; Mc 5:6; At 7.43 – cf. Ap 9:20; 14:9; 22:8). Há ainda a palavra grega latreia, que origina palavras como idolatria.

M. Giovani Bianchini menciona que, de acordo com a Bíblia, a adoração está associada à idéia de culto, reverência, veneração por aquilo que Deus é (Santo, Justo, Amoroso, Soberano, Misericordioso, etc… Sl 96:9; Ap 4:8-11; Ap 7:11-12; Ap 11:16-17). Ou seja, independentemente do que Deus faz, fez ou fará, nós devemos adorá-Lo, pois, Ele é Deus. Todos nós sabemos que somente a Deus se deve adorar. Somente Ele é digno de adoração. A adoração que não é dirigida a Deus é idolatria. A Bíblia a condena (Lc 4:8; Dt 11:16; Ex 20:4; Lv 26:1; Is 42:8). Deus é incisivo em reivindicar adoração somente a Si.

Louvor

As palavras no Antigo Testamento para “louvor” vêm do hebraico hãlal, que significa fazer ruído, yãdhâ, que está associada às ações e gestos corporais que acompanham o louvor e, zãmar, que é associada à música tocada e cantada.

No Novo Testamento, temos como origem a palavra grega eucharistein, que significa agradecer e a palavra eulogein, que significa bendizer.

O Uso de “Louvor” na Bíblia

Analisando 245 passagens bíblicas que contêm a raiz da palavra louvor (louv) e/ou seus derivados, encontradas numa concordância de busca bíblica, de acordo com o sentido que são empregadas, podemos agrupá-las da seguinte forma:

Louvor a de Uma Pessoa Para Outra Pessoa – 12 passagens

Gênesis 49:8 Judá, teus irmãos te louvarão; a tua mão estará sobre a cerviz de teus inimigos; os filhos de teu pai se inclinarão a ti.

Salmos 6:5 Pois, na morte, não há recordação de ti; no sepulcro, quem te dará louvor?

Provérbios 27:21 Como o crisol prova a prata, e o forno, o ouro, assim, o homem é provado pelos louvores que recebe.

Provérbios 12:8 Segundo o seu entendimento, será louvado o homem, mas o perverso de coração será desprezado.

Provérbios 27:2 Seja outro o que te louve, e não a tua boca; o estrangeiro, e não os teus lábios.

Provérbios 27:21 Como o crisol prova a prata, e o forno, o ouro, assim, o homem é provado pelos louvores que recebe.

Provérbios 28:4 Os que desamparam a lei louvam o perverso, mas os que guardam a lei se indignam contra ele.

Provérbios 31:28 Levantam-se seus filhos e lhe chamam ditosa; seu marido a louva, dizendo:

Provérbios 31:30 Enganosa é a graça, e vã, a formosura, mas a mulher que teme ao SENHOR, essa será louvada.

Cânticos dos Cânticos 6:9 Mas uma só é a minha pomba, a minha imaculada, de sua mãe, a única, a predileta daquela que a deu à luz; viram-na as donzelas e lhe chamaram ditosa; viram-na as rainhas e as concubinas e a louvaram.

I Coríntios 11:2 De fato, eu vos louvo porque, em tudo, vos lembrais de mim e retendes as tradições assim como vo-las entreguei.

I Pedro 2:14 quer às autoridades, como enviadas por ele, tanto para castigo dos malfeitores como para louvor dos que praticam o bem.

Louvor às Ações de Uma Pessoa – 5 passagens

Provérbios 31:31 Dai-lhe do fruto das suas mãos, e de público a louvarão as suas obras.

I Coríntios 11:17 Nisto, porém, que vos prescrevo, não vos louvo, porquanto vos ajuntais não para melhor, e sim para pior.

I Coríntios 11:22 Não tendes, porventura, casas onde comer e beber? Ou menosprezais a igreja de Deus e envergonhais os que nada têm? Que vos direi? louvar-vos-ei? Nisto, certamente, não vos louvo.

II Coríntios 8:18 E, com ele, enviamos o irmão cujo louvor no evangelho está espalhado por todas as igrejas.

II Coríntios 9:3 Contudo, enviei os irmãos, para que o nosso louvor a vosso respeito, neste particular, não se desminta, a fim de que, como venho dizendo, estivésseis preparados,

Deus Louvando Seu Povo – 4 passagens

Salmos 148:14 Ele exalta o poder do seu povo, o louvor de todos os seus santos, dos filhos de Israel, povo que lhe é chegado. Aleluia!

Sofonias 3:20 Naquele tempo, eu vos farei voltar e vos recolherei; certamente, farei de vós um nome e um louvor entre todos os povos da terra, quando eu vos mudar a sorte diante dos vossos olhos, diz o SENHOR.

Romanos 2:29 Porém judeu é aquele que o é interiormente, e circuncisão, a que é do coração, no espírito, não segundo a letra, e cujo louvor não procede dos homens, mas de Deus.

I Coríntios 4:5 Portanto, nada julgueis antes do tempo, até que venha o Senhor, o qual não somente trará à plena luz as coisas ocultas das trevas, mas também manifestará os desígnios dos corações; e, então, cada um receberá o seu louvor da parte de Deus.

Autoridade Louvando o Povo – 1 passagem

Romanos 13:3 Porque os magistrados não são para temor, quando se faz o bem, e sim quando se faz o mal. Queres tu não temer a autoridade? Faze o bem e terás louvor dela,

Louvor a Si Próprio – 2 passagens

II Coríntios 10:12 Porque não ousamos classificar-nos ou comparar-nos com alguns que se louvam a si mesmos; mas eles, medindo-se consigo mesmos e comparando-se consigo mesmos, revelam insensatez.

II Coríntios 10:18 Porque não é aprovado quem a si mesmo se louva, e sim aquele a quem o Senhor louva.

Reivindicação de Louvor de Um Ser Humano – 1 passagem

II Coríntios 12:11 Tenho-me tornado insensato; a isto me constrangestes. Eu devia ter sido louvado por vós; porquanto em nada fui inferior a esses tais apóstolos, ainda que nada sou.

Louvor a Coisas – 1 passagem

Filipenses 4:8 Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento.

Natureza Louvando a Deus – 4 passagens

Salmos 65:13 Os campos se vestem de rebanhos, e os vales se cobrem de trigo; eles se regozijam e cantam.

Salmos 69:34 Louvem-no os céus e a terra, os mares e tudo quanto neles se move.

Salmos 98:8 Os rios batam as palmas; regozijem-se também as montanhas,

Isaías 44:23 Cantai alegres, vós, ó céus, porque o SENHOR o fez; exultai vós, as partes mais baixas da terra; vós, montes, retumbai com júbilo; também vós, bosques, e todas as suas árvores; porque o SENHOR remiu a Jacó, e glorificou-se em Israel.

Louvor do ser humano a Deus – 215 passagens

Das 249 passagens analisadas, 215 referem-se ao louvor do ser humano a Deus. Por ser um número tão grande, não estão transcritas aqui. Aqui estão apenas uns exemplos delas: Gn. 29:35; Ex.15:2; Lv 19:24; 22:29; Dt. 8:10; 10:21; 26:19; 32:43; Js. 7:19; Jz. 16:24; II Sm. 22:4; 22:50; I Cr. 16:4; 16:25; 16:35; 16:36; 16:41; 23:5; 23:30; 25:3; 29:10; etc.

Há ainda, na Bíblia, citações de verdadeiros louvores diretos que um ser dirige a outro, onde não se encontra a palavra louvor ou qualquer variação morfológica da mesma. O maior exemplo disto é o livro de Cantares de Salomão. O livro é um composto de louvores trocados mutuamente entre dois cônjuges em forma de cânticos, falas e ações.

Lições que Tiramos do Uso que a Bíblia faz das Palavras “Louvor” e “Adoração”

O louvor, se direcionado de forma correta, pode ser dirigido de vários seres, para vários seres. O pensamento de que, se estamos louvando outro ser que não é o nosso Deus, estamos pecando, não coaduna com o uso que a Bíblia muitas vezes faz da palavra louvor. Um ser humano pode louvar um animal, e ainda assim, continuar não desonrando ao Senhor, uma vez que Este seja mais exaltado que aquele, no “trono do coração”.

Nosso principal louvor deve ser dirigido a Deus. Note que, das 245 palavras (ou variações) “louvor” analisadas, 215 vezes o louvor referido era dirigido do humano ao divino. Como Senhor do nosso viver, Ele deve receber o nosso mais alto e prioritário louvor.

O nosso louvor a Deus pode acontecer de forma indireta. Ao afirmar ser possível louvar outros seres diferentes de Deus, mas que o mais alto louvor deve ser para Ele, parece ser levantada uma contradição. Mas ao louvarmos diretamente a outros seres, se Deus estiver sendo honrado, Ele pode estar sendo, indiretamente, louvado. Por exemplo: quando uma esposa declara uma poesia que elogia seu esposo, ela está louvando-o, mas por esta ser uma ação que agrada a Deus, através dela, Ele também está sendo louvado. Tudo que mostra, aponta, ou faz lembrar de Deus como Supremo, verbalmente ou não, está louvando-O. A própria Bíblia é um louvor a Deus, enquanto louva outras coisas, também. A natureza, sem cantar nem falar, louva a Deus. Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos (Sl 19:1).

Levando em consideração que o louvor pode existir nas formas direta e indireta, em tudo o que fazemos, deve caber o louvor a Deus, ainda que indireto.Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus (ICo 10:31).

Toda música que uso, deve permitir que eu, direta ou indiretamente, louve a Deus. Talvez a canção nem mencione o nome de Deus. Pode ser, por exemplo, o louvor a um aniversariante. Analise: Parabéns pra você, nesta data querida, muitas felicidades, muitos anos de vida. Este é um louvor que fazemos a alguém que está completando anos. Ao fazê-lo, não estamos desonrando a Deus. Ele também se alegra nisto. Esta é uma “outra coisa” feita “para a glória de Deus”. Aí está uma canção que louva a Deus somente da forma indireta.

Mas lembre-se do sentido da palavra adoração: prestar culto. Isto sim, se faz somente a Deus. Há músicas que, embora louvem a Deus, não servem para a adoração a Deus, por serem louvores indiretos a Ele. Logo, existem canções que, embora sadias, não são recomendáveis para serem usadas na igreja. Talvez a música até mencione Deus, mas não é musica de culto. São músicas que, embora O louvem, não O adoram.

Diante de tanta diferença de gostos e formações culturais geradas pela tranculturação interna dentro da nossa sociedade brasileira, nossos músicos precisam ter uma flexibilidade e um bom senso muito grandes para produzir músicas que se adequem a diferentes contextos de adoração. Como este leque é bem extenso, poderá ter pontos incompatíveis; poderá haver músicas que sirvam para adoração em um contexto, e em outro não. Fazer música é uma forma, na linguagem paulina, de profetizar. Portanto, siga o conselho de Paulo em relação à profecias, aplicando-os à musicalidade da sua comunidade cristã: “julgai todas as coisas, retende o que é bom” (1Ts 5:51).

Ao selecionar as músicas para serem usadas na igreja, analise o contexto e as pessoas que participarão, executando-as e ouvindo-as. Se a música levar a maior parte (a todos, neste mundo imperfeito, nunca será possível) das pessoas a Jesus, num espírito de adoração e louvor, sem ruído de comunicação, ela é adequada; caso contrário, deve ser substituída (mas tal substituição não quer dizer que em outro contexto a música não seja adequada), a despeito dos gostos particulares. Porque cabe também aos que lidam com a música na igreja, a ter a humildade suficiente que um mensageiro de Deus precisa ter, de submeter a escolha de cada música para contexto, não segundo os seus caprichos (sejam eles tradicionais, conservadores, contemporâneos ou modernos), mas segundo o que melhor aprouver para a membresia presente no tempo e local de cada contexto. Bem aventurados os flexíveis, pois não se quebrarão.

A música na igreja deve louvar e adorar, pois a casa de Deus é lugar para adorá-Lo. Também os levarei ao meu santo monte e os alegrarei na minha Casa de Oração; os seus holocaustos e os seus sacrifícios serão aceitos no meu altar, porque a minha casa será chamada casa de oração para todos os povos (Is 56:7). Ao submetermos um cântico dentro do recinto sagrado, devemos analisar se ele serve de instrumento de prestação de culto, de adoração. Se a música não puder conduzir os adoradores à veneração ao sagrado, provavelmente não será apropriada para uso nos Átrios do Senhor. Mas isto não quer dizer que, se a música não serve para ser usada na igreja, então ela é pecaminosa. Pode ser uma música apenas de louvor, mas não de adoração, mais adequada para ser curtida no carro, no quarto, no banheiro, no cooper, no entretenimento gospel, no trabalho, etc.

Em toda adoração deve haver louvor, mas nem sempre há adoração em todo louvor. A música na igreja (louvor + adoração) deve ser o “preguinho na parede” que segura o “quadro Jesus”.

Com apreço,

Pastor Valdeci Jr.

Hollywood ajuda a propagar o último engano

Há muito tempo, o inimigo de Deus, o anjo caído conhecido como Satanás, vem semeando o engano neste planeta. Começou no Éden, afirmando que o ser humano poderia ser como Deus e que, mesmo que se rebelasse, como ele, Lúcifer, fez no Céu, não colheria o resultado desse afastamento do plano do Criador (Gn 3:4, 5). Mas as consequências da rebelião podem ser vistas em cada canto deste planeta e logo Deus dará um basta a tudo isso.

De lá para cá, a mentira básica – “certamente não morrereis” e “sereis como Deus” – apenas se sofisticou, adaptando-se às diversas mentalidades, amoldando-se aos padrões de épocas sucessivas, encaixando-se na maneira de pensar dos seres humanos ao longo dos séculos.

Para os mais politizados e distanciados de Deus, inspirou doutrinas políticas utópicas segundo as quais o homem (ou “super-homem”, como queriam) resolveria os problemas da humanidade por via revolucionária. Frustração.

Para os mais espiritualizados, alimentou a crença de que, independentemente do que seja feito com as poucas décadas que temos de existência, a vida continua no “além”. Afinal, a alma não é imortal? Vai-se para o Céu imediatamente, ou se reencarna, ou, na pior das hipóteses, acaba-se no inferno. Mas não há morte definitiva. Pior: para os crentes no “inferno eterno” em que “almas eternas” ardem sem ser destruídas, num tipo de milagre macabro de manutenção da vida – sim, porque só Deus tem vida em Si mesmo e a concede às criaturas –, Deus é apresentado como o maior tirano do Universo, capaz de sentenciar alguém à danação eterna por pecados cometidos no curto intervalo de uma vida. Das duas uma (e em ambas o inimigo sai ganhando): ou a pessoa fica do lado de Deus por medo ou se afasta completamente dEle, por considerá-Lo injusto ou irreal.

Bem, há também aqueles que aparentemente nada têm que ver com doutrinas políticas ou crenças espirituais, mas inconscientemente sofrem do mesmo "otimismo ateu". Para esses, o ser humano está destinado a evoluir e, se as condições planetárias permitirem, se aprimorar mais e mais.

“Sereis como Deus” (social, espiritual ou fisicamente) é a mentira básica. E há muita gente inocente, boa e sincera sendo envolvida por essa onda contagiante que hoje conta com o poderoso marketing das superproduções de Hollywood, capazes de “pregar” para as massas com uma eficácia capaz de causar inveja ao maior dos pregadores.

Um dos mais recentes filmes que se encaixa perfeitamente nessa descrição tem como título "Presságio" ("Knowing", em inglês), com o famoso astro Nicolas Cage. A produção faz parte da nova onda de “filmes apocalípticos” que têm invadido as salas de cinema e os lares em todo o mundo.

Agora note os paralelos de "Presságio" com outros equívocos doutrinários disseminados pelo inimigo com o mesmo e velho propósito de ofuscar a verdade:

1. No filme, crianças começam a ouvir “línguas estranhas” e passam a agir como “profetas”, prenunciando tragédias em número crescente.

2. O pai de uma dessas crianças, cético e cientista do MIT, descobre uma profecia numérica cifrada e escrita 50 anos antes por outra criança. Quando a decifra, ele começa a crer em tudo, como uma espécie de novo convertido.

3. Sobre as pessoas que morrem antes da realização da última profecia, é dito que “ficarão bem”.

4. O personagem de Cage descobre que uma tempestade solar incinerará a Terra e procura salvar o filho.

5. Finalmente, descobre-se que os homens misteriosos que estavam enviando as mensagens aos “profetas” e que davam pistas para salvar essas pessoas, são, na verdade, extraterrestres.

6. No momento da ascensão para a nave claramente inspirada no mecanismo de rodas mencionado pelo profeta Ezequiel (Ez 1:15-18), os “anjos” extraterrestres até exibem asas de luz.

7. Os escolhidos – as pessoas que eram capazes de ouvir a “língua estranha” – são arrebatados em naves espaciais. Os demais são deixados para trás.

8. Enquanto bilhões de seres humanos são queimados pelas labaredas solares, uma parte da humanidade aterrissa num planeta idílico e corre com roupas brancas em direção a uma... árvore cintilante! (Ap 22:1, 2).

Sei que você vai dizer que já viu esse filme antes. Não é déjà vu. Se conhece alguma coisa da Bíblia e a crença de grande parte dos evangélicos (especialmente pentecostais), você já viu/ouviu, sim, algo parecido. A diferença é que, no filme, Deus é excluído, as causas da destruição pelo fogo são “naturais” não associadas à volta de Jesus, e a “salvação” vem dos ETs e não do Criador. O resto está tudo lá, como numa paródia ateia dos livros da série “Deixados Para Trás”: arrebatamento, profecias, catástrofes e multidões deixadas para trás enquanto alguns vão para a “glória”.

O que se nota é que as opções vão se afunilando engenhosamente orquestradas pela mente astuta daquele que as originou e agora as alinhava. Arrebatamento sem volta de Jesus, aquecimento do Sol como fenômeno natural, salvamento feito por extraterrestres, vida eterna sem o Doador da vida. Chega o tempo em que tanto faz se você crê ou não. Ou será “salvo” da destruição por extraterrestres ou cairá no último engano de Lúcifer: a simulação da vinda de Jesus. A menos que perceba que tudo isso não se trata de teorias conspiratórias e que são coincidências demais para serem apenas isso, coincidências.

Mesmo os ditos céticos (como o astrofísico do filme) não estão imunes ao engano. Quando surgir em algum lugar uma nave espacial com seres luminosos, que pensarão aqueles que dizem ter "mente científica"? Dirão, mais uma vez, que contra fatos não há argumentos? Se Carl Sagan estivesse vivo, seria o primeiro a saudar os visitantes de "outro mundo", nesse contato imediato.

Note que a Bíblia é bem clara: Jesus voltará visivelmente (Ap 1:7), como Ele mesmo prometeu em João 14:1-3 e em centenas de outros textos; não pisará na Terra novamente e levará (arrebatará) para o Céu aqueles que estiverem vivos por ocasião de Sua vinda (1Ts 4:17), ressuscitará os mortos que aceitaram o oferecimento da salvação (1Ts 4:16) para que se unam ao grupo dos vivos e subam juntos ao Céu. Aí, sim, começará de fato a vida eterna. Nada se fala de inferno eterno, alma imortal ou reencarnação (clique também aqui para ver o que a Bíblia fala sobre isso).

O inimigo sabe que pouco tempo lhe resta, por isso está intensificando sua campanha de marketing mentirosa.

De que lado você quer estar: com aqueles que acreditam em propaganda enganosa ou com os que seguem a Verdade, custe o que custar?

MICHELSON BORGES

O que é devocional?

É aquele período do dia em que separamos um tempo significativo para estar em comunhão com Deus de forma mais íntima. Tempo este que gastamos adorando-O, louvando-O, cultuando-O, lendo a Bíblia e orando.

Objetivos da devocional diária

1. Primeiro objetivo da devocional diária é desfrutar comunhão com Deus.
• Comunhão com Deus é um canal de dois sentidos, entre duas pessoas que se amam - VOCÊ e DEUS.
• Enquanto medita, concentre-se na pessoa de Deus, como está revelado em Sua Palavra. Leia o
livro de Salmos, destacando o que Deus é, o que Ele faz.
• Enquanto medita, permita que Deus o molde conforme à imagem de Seu Filho (Rm 8:29;2 Co 3:18).
2. O segundo objetivo da devocional diária é agradar a Deus. “Mas a oração dos retos é seu contentamento” (Pv 15:8b). Que privilégio temos em alegrar a Deus gastando tempo com Ele!
3. O terceiro objetivo da devocional diária é descobrir princípios pelos quais devemos viver e dirigir nossas vidas. (Sl 119:105)
4. O quarto objetivo da devocional diária é desenvolver um estilo de vida de acordo com o ponto de vista de Deus.

Sugestões práticas para o seu tempo com Deus
1. Separe um tempo permanente e diário para passar com Deus.
2. Encontre um lugar onde possa estar a sós com Deus, livre de distrações.
3. Inicie com louvor e adoração.
• Você pode louvar e adorar a Deus através de ações de graça (Sl 28:7; Sl 100:4).
• Pode louvar e adorar a Deus lendo versículos da Bíblia em atitude de louvor e adoração. Utilize o livro de Salmos para este tempo.
• Pode-se louvar e adorar a Deus simplesmente permanecendo quieto em Sua presença. Não tenha pressa durante a sua devocional, mas preste reverência e respeito a Deus (SI 46:10).
4. Peça a Deus que sonde o seu coração (Sl 139:23-24).
• Confesse o seu pecado, ou seja, todo o pecado que lhe for revelado pelo Espírito Santo (Sl 66:18;
1 Jo 1:9).Para que a sua meditação seja proveitosa, você precisa estar livre de culpa e cegueira provocadas pelo pecado. Peça a Deus, o Espírito Santo, que revele o pecado que há em
sua vida e então confesse, concorde com Deus em relação àquele pecado.Depois de confessar os pecados revelados pelo Espírito Santo, passe novamente o controle de sua vida a Cristo, e pela fé, aproprie-se da plenitude do Espírito Santo.
5. Conteúdo do seu período devocional.
• Use a Bíblia para a sua devocional. Lembre-se que Deus nos fala através de Sua Palavra.
• Ore a Deus.

O papel da palavra de Deus na devocional diária
1. Ler a Bíblia é parte essencial da devocional diária. Lembre-se DEUS QUER FALAR CONOSCO.
2. Ao ler a Bíblia obtemos melhor conhecimento de Deus.
3. Nossa fé aumenta pela leitura da Bíblia (Rm 10:17).

Como ler a bíblia
1. Leia um parágrafo lenta e cuidadosamente. O objetivo da leitura bíblica é permitir que Deus fale ao seu coração e que você desfrute de comunhão com Ele. Este objetivo não será alcançado se você ler muito depressa ou sem concentração.
2. Pergunte-se como o texto se aplica à sua vida. É de grande ajuda fazer-se perguntas para aplicar as verdades bíblicas à nossa vida:
• O que o texto ensina a respeito de Deus? E a respeito de Jesus?
Há algum pecado que devo confessar, ou evitar?
• Há alguma promessa que devo reinvindicar/apropriar?
• Há algum mandamento que devo obedecer?
• Há algum exemplo a ser seguido?
• Há algo que foge a minha compreensão e deve ser estudado mais tarde?
• Há neste texto alguma coisa pela qual devo orar hoje?
• Como posso aplicar à minha vida o que aprendi neste texto?
4. Tenha a mão papel e caneta.

O papel da oração na devocional diária
1. Jesus é o nosso exemplo (Mc 1:35).
2. Em seus momentos de oração, peça a Deus que o transforme à imagem de Seu Filho, Jesus (1 Co 3:18). Peça a Deus que manifeste em sua vida e experiência os traços do caráter e atitudes de Jesus.
3. Em seus momentos de oração interceda pela Igreja, Corpo de Cristo, sua comunidade local,
necessidades especificas dos irmãos.
4. Mantenha um diário de oração.
Participe da enquete ao lado sobre este tema, abraço a todos.