terça-feira, 6 de outubro de 2009

Educação social e noticiários da TV

A mídia (rádio, TV, jornais, revistas, etc.) exerce poder de influência social muito grande, para o bem ou para o mal, positiva ou negativamente. Em 18 de setembro de 1950, foi levado ao ar o primeiro programa de TV no Brasil e a audiência era muito seleta. Havia apenas 200 aparelhos no País, todos importados pelo empresário Assis Chateaubriand, dono da TV Tupi. Tida como luxo nos anos 50 e 60, a televisão se popularizaria nas décadas seguintes. Em 2002, o IBGE levantou que em torno de 43 milhões de lares no Brasil possuíam pelo menos um aparelho de TV (cerca de 40,5 milhões a cores e 4,8 milhões em preto e branco). Em 2007, encontrou-se que no Brasil, na área urbana, 96,3% dos domicílios e 77,8% na zona rural possuíam TV a cores.

Um dos programas de TV mais assistidos no País é o noticiário. Milhões de brasileiros assistem diariamente as notícias do País e do mundo nos telejornais. Fiz uma pesquisa assistindo aos telejornais da Rede TV, Record, Bandeirantes, Globo, SBT. Assisti o Rede TV News em 23 e 24 de setembro. O Jornal da Record em 28 e 29 de setembro. O Jornal da Band em 17 e 21 de setembro. O Jornal Nacional em 16 e 22 de setembro. E o SBT Brasil em 23 e 24 do mesmo mês, todos em 2009. Alguns deles pude assistir no mesmo dia, devido ao horário diferente em que são apresentados.

Fiz uma lista te temas das notícias, classificando-as como positivas, negativas e neutras, e com os temas: Economia, Política, Religião, Meteorologia, Esportes, Saúde, Acidentes, Violência, Turismo, Vida Social, Indústria, Comércio, Educação. Economia envolvia queda ou aumento de preços, inflação, impostos, empregos, bolsa de valores, taxas de câmbio, etc. Política envolvia obras públicas, decisões boas ou ruins para o povo, corrupção, fraudes, etc. Notícias sobre religião podiam ser milagres, fanatismos, exploração da fé dos outros, etc. Meteorologia anunciando o clima, previsão do tempo. Esportes mostrando resultados de competições, fraudes em clubes, etc. Saúde com informações de novos avanços na ciência médica, epidemias, medicamentos novos, erros médicos, inaugurações de serviços de saúde públicos, etc. Acidentes envolviam notícias sobre enchentes, terremotos, tornados, catástrofes em geral. Violência incluía roubos, furtos, mortes, abusos variados, guerras, greves com violência, etc. Turismo incluía roteiros de viagem, etc. Vida Social falava de moradias, condomínios, coleta de lixo, etc. Indústria relatava novos produtos, novas fábricas, produtos falsos, etc. Comércio indicava descontos, fraudes, contrabando, lojas, etc. Educação incluía notícias sobre novas escolas e cursos, vestibulares, Enem, fechamento de escolas, falta de professores, etc.

Abaixo veja a estatística em que está listado o número total de notícias nos dois dias do telejornal de cada rede de TV e especificado em porcentagem somente as categorias sobre violência junto com acidentes (só notícias negativas) e saúde junto com educação (só notícias positivas), nas datas acima referidas:

Bandeirantes – 62 notícias gerais. Violência e acidentes: 33,87%. Saúde e educação: 6,45%.

Globo – 40 notícias gerais. Violência e acidentes: 37,5%. Saúde e educação: 2,5%.

SBT – 33 notícias gerais. Violência e acidentes: 27,27%. Saúde e educação 6,06%.

Record – 57 notícias gerais. Violência e acidentes: 49,12%. Saúde e educação: 5,26%.

Rede TV – 105 notícias gerais (várias foram muito rápidas). Violência e acidentes: 52,38%. Saúde e educação: 2,85%.

Se juntarmos todos esses telejornais dessas cinco redes de TV naquelas datas (total de dez telejornais) e compararmos as notícias negativas sobre violência e acidentes (positivas poderiam ser resgates de pessoas perdidas numa floresta, sobrevivência de alguém num acidente de carro, prisão de bandidos, etc.), as positivas sobre educação e saúde, e o total geral de todos os temas das notícias positivas e negativas, o resultado é:

Notícias negativas sobre violência e acidentes: 43,09%
Notícias positivas sobre saúde e educação: 4,37%
Notícias positivas sobre todos os temas: 19,19%
Notícias negativas sobre todos os temas: 61,27%
Não foram computadas as notícias neutras.

A Associação Mundial de Psiquiatria prevê que em 2020 a depressão será a segunda doença no planeta. Segundo a Associação Mundial da Saúde, cerca de 121 milhões de pessoas sofrem de depressão hoje no mundo. No que a mídia pode contribuir para ajudar a população quanto à saúde, educação e diminuição da violência e acidentes? Oferecendo programas de prevenção em saúde e educação com base em fontes científicas confiáveis e sem conflitos de interesses. A sociedade está não só assustada, mas perdendo gravemente a esperança. Perda de esperança tem que ver com depressão, violência, deseducação, acidentes. Quem se interessa em anunciar notícias que ajudem a população a ter esperança?

(Dr. Cesar Vasconcellos de Souza, www.portalnatural.com.br)

Bom senso e aparência pessoal

“Da mesma forma, quero que as mulheres se vistam modestamente, com decência e discrição, não se adornando com tranças e com ouro, nem com pérolas ou com roupas caras, mas com boas obras, como convém a mulheres que declaram adorar a Deus. (1 Timóteo 2:9, 10 NVI). “A beleza de vocês não deve estar nos enfeites exteriores, como cabelos trançados e joias de ouro ou roupas finas. Ao contrário, esteja no ser interior, que não perece, beleza demonstrada num espírito dócil e tranquilo, o que é de grande valor para Deus” (1 Pedro 3:3, 4 NVI).Todo ser humano necessita de apreciação e gosta de ser elogiado. É saudável para a autoestima.
Acontece que a aparência pessoal é apenas uma das facetas que contribuem para que nos sintamos bem com nós mesmas.Há pessoas que superenfatizam a aparência, investem “pesado” em adornos externos e logo ficam sem recursos! Atraem a atenção, mas não conquistam qualquer afeição duradoura.
Os textos bíblicos acima não são uma apologia ao desleixo e mau gosto, nem tampouco se referem a regras sobre usar ou não usar joias. O uso ou não de joias está relacionado à consagração a Deus, e esse não é o assunto em pauta nesses versos.
Tanto Paulo quanto Pedro se referem à modéstia cristã, que significa evitar exageros. A mulher modesta tem vergonha de ultrapassar os limites do que é decente e apropriado. “Bom senso” significa “ter uma mente sóbria e discernente”. Descreve o domínio próprio interior: um “radar” espiritual que mostra à pessoa o que é bom e apropriado.Onde a discrição e a modéstia se perderam na História?As mulheres sempre gostaram de se arrumar e ser “vistosas”. Houve um tempo em que as túnicas de homens e mulheres eram semelhantes. Com o passar dos anos, a Grécia lançou o “topless”, com túnicas longas que deixavam os seios descobertos.
A partir daí, a moda do exibicionismo foi tornando-se cada vez mais ousada, se alastrou e conquistou adeptas.
As mulheres romanas e as efésias já gostavam de seguir a última moda e competiam entre si para ver quem tinha as roupas e penteados mais sofisticados. Era comum às mulheres arrumarem os cabelos com pentes de ouro, prata e até pedras preciosas. Usavam roupas caras e elaboradas que eram trocadas várias vezes ao dia, só para impressionar umas às outras.O glamour é artificial e exterior. A verdadeira beleza é real e interior. O glamour é algo que a pessoa pode pôr e tirar; mas a verdadeira beleza está sempre presente. O glamour é corruptível; desfaz-se e some. A verdadeira beleza do coração torna-se mais maravilhosa com o passar do tempo.
A mulher cristã que cultiva a beleza do ser interior não precisa depender de adornos exteriores vulgares. Deus Se preocupa com valores, não com preços.
Com vistas à beleza que perdura, a mulher cristã deve cuidar da saúde e da aparência com equilíbrio e segurança. Deve escolher os artigos de vestuário pensando na durabilidade e beleza, não no exibicionismo ou modismo.
As pessoas se deleitam em apreciar uma mulher atraente, mas essa beleza deve vir do coração, não de uma loja. Nas palavras de Ellen White:“Os cristãos não se devem dar a trabalhos para se tornar objeto das atenções gerais por uma maneira de vestir diferente do mundo. Mas, se em harmonia com sua fé e seu dever relativamente a vestir-se com modéstia e higiene, acharem-se fora da moda, não devem mudar de atitude a fim de ser semelhantes ao mundo.
Cumpre-lhes, porém, manifestar nobre independência e coragem moral para serem retos ainda que todo o mundo seja diferente. Se o mundo apresentar um modo de vestir discreto, conveniente e saudável, que esteja em harmonia com a Bíblia, não alterará nossa relação para com Deus ou o mundo o adotarmos esse estilo. Os cristãos devem seguir a Cristo, e harmonizar seu traje com a Palavra de Deus. Devem fugir dos extremos e seguir humildemente uma orientação reta, para a frente, a despeito de aplausos ou censuras, apegando-se ao direito justamente por ser direito” (Mensagens Escolhidas, v. 2, p. 476, 477). A mulher do século 21 é independente e pensante.
O adorno, a vestimenta mais atraente e digna são as boas obras em prol do próximo: da família, dos amigos, de quem necessitar. O amor desinteressado, demonstrado em boas obras, acrescido de uma aparência bela, discreta e saudável, proporcionarão às mulheres o prazer de ser sinceramente amadas e respeitadas. A aparência exuberante não pode ocultar o defeito de um gênio desagradável ou a falta de boas obras.
(Rejane Godinho, graduada e mestranda em Teologia)(*) Texto baseado no Comentário Bíblico Expositivo de Warren W. Wiersbe, p. 283, 529; Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia.